Sem choros, sem sobressaltos e com uma paz que só em Valejas se consegue ter.
"O primeiro milho é dos pardais", dizia o meu Pai quando, frente a um novo desafio, este corria sobre rodas e sem sobressaltos. Mas dois dias já passaram e mesmo se ainda faltam chegar três crianças, está tudo a correr muito bem, com uns meninos novos apetitosos e os meninos do ano passado muito crescidos e sempre prontos a ajudar.
Ontem foi dia de matar saudades, de brincar e começar a conhecer os amigos. Hoje, como não podia deixar de ser foi dia de histórias... mas não eram umas histórias quaisquer; eram as histórias das nossas férias. Fiquei espantada e muito orgulhosa! O que eles cresceram...
Claro que o primeiro a contar foi o Hugo que tinha uma história engraçada e, com a lógica que lhe é tão característica, começou:
"Estávamos na praia em Tróia e a minha mãe deu-nos uma bolacha, daquelas que eu detesto, sabes...
Eu não queria comê-la e pensei: -E agora o que é que faço? Então tive uma ideia, e quando ninguém estava a olhar, cavei um buraquinho na areia e enterrei a bolacha lá dentro. Só que tive azar porque o meu Pai, quando ia a passar, tropeçou no buraquinho, encontrou a bolacha e perguntou: -Quem é que enterrou a bolacha? Tive que dizer que tinha sido eu, porque não podia deixar acusar a Raquel e a Catarina (as irmãs), não é? Então o meu Pai perguntou porque é que eu tinha feito aquilo, e eu expliquei que foi porque não gostava da bolacha. O meu Pai explicou-me que não se pode deitar a comida fora e que para a outra vez bastava dizer que não queria. Mas depois olhou à volta e viu uma gaivota e disse: - Hugo, acho que nem tudo está perdido. Acho que as gaivotas gostam de bolachas... Partiu a bolacha aos pedaços e atirou-a à gaivota que estava lá parada. E ela gostou mesmo. Comeu a bolacha a toda a pressa porque as amigas dela vieram todas e também queriam... Até parecia uma festa de gaivotas!"
Amanhã a actividade continua... Até porque o Diogo tem "uma história muito importante passada com quatro camarões que encontrou numa poça que estava escondida no meio das rochas verdes, aquelas que escorregam muito e onde só se pode ir de sapatos" para contar, e nós queremos muito ouvi-la porque, segundo o Diogo, é uma história que não acaba lá muito bem... E a Margarida também quer contar uma história divertida que viveu no dia que foi com a Inês e os avós à praia…
Enfim, parece-me que vamos ter histórias para o resto da semana. Ainda bem, porque pelos olhinhos brilhantes do Gustavo Oliveira e da Inês Dias quando ouvem histórias, acho que vamos ter outra sala de bons ouvintes de construtores e contadores de histórias...
Quem sabe se a cozinheira mágica não passou por cá nas férias?
8 comentários:
Só pode mesmo ter passado por aí alguém mágico, porque as histórias parecem-me fantásticas.
Um beijinho da Alda
Que interessante, essa história da bolacha...Ao menos, a gaivota teve sorte!
Pois é, Luz, vais ter uma semana recheada de histórias bem bonitas.
Beijinhos para ti e para os teus meninos todos.
Este ano, também estou a adorar...a maioria dos alunos são pequeninos e fofinhos, parece que estou no paraíso! Deus quis compensar-me dos PCA.
Que história deliciosa, ficamos à espera de mais!
beijos dos fofos e da Rosarinho
Lindo, lindo. A história, esses pais, esses meninos... quero ler mais!
Claro que a educadora também é linda, linda! Mas isso eu já sabia pois só assim se pode valorizar e fazer coisas assim, simples e belas.
bjs a Valejas
Parece é que tens a sala cheia de cozinheiros de histórias, isso sim...
Que bom!
Bjs, Juca
Olá Luz e Meninos!
Adorei a história do Hugo! : D
Os meus "meninos" deste ano estão naquela idade que não gostam muito de contar histórias...gostam mais de ficar calados e guardá-las para eles : (
Mas gostam de brincar, de rir e de jogos divertidos e já fizémos alguns!
Beijinhos para todos da Xinha
Pois é, o Sr Hugo está cada vez mais malandreco... de quando em vez lá o vamos apanhando na curva, mas sabe-se lá quantas ele não leva com sucesso :)
Oi!
Que sapequinhas esses seus pequenos! E, que delícia!
Sim, estamos interessadas no intercâmbio, mas, como acontece?
Beijocas de Nice e da Rô!
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