A cena é simples...
Na casinha, numa grande confusão, ou não fosse esta uma turma barulhenta, brinca-se com empenho e com afinco. A Joana que é mãe, põe a mesa, sacode atoalha, lava a loiça num labor que me cansa só de olhar...
O Guilherme monta a sua barbearia e barbeia o seu cliente habitual, o Rodrigo Coelho...
Enquanto eu jogo ao ludo com algumas crianças que gostam de contar. Do meio do barulho sobressaem, de vez em quando, uns latidos, sinal que havia animais em casa... Abeiro-me da casinha e peço a uma das crianças: - Desculpa filho, podes dar-me esse prato que está aí caído, por favor. Resposta pronta: -Desculpa Luz mas agora não posso. É que eu agora sou cão!
E lá teve a mãe que fazer o que fazem todas as mães. Apanhou o prato e arrumou-o no lugar.
Voltei para a mesa e ainda não tinha aquecido o lugar quando ouvi chorar. Levantei-me a correr, e perguntei à criança que chorava... - O que foi filho, o que foi?
-Foi o ... que me mordeu, ele mordeu-me com força!
Apontando o dedo ao culpado perguntei indignada: - Então, amigo, o que é que se está a passar?
A justificação não se fez esperar. -Então... tu não sabes que eu sou cão!